«A Sombra de Eurídice», de Teixeira de Pascoaes


I
Canção divina as cousas comovia,
E de ternura as árvores choravam…
E lembrava o luar a luz do dia
E os ribeiros, extáticos, paravam.


Era Orfeu, de inspirado, que descia
Às entranhas da terra! E se afundavam
Os seus olhos na noite, muda e fria,
Onde as pálidas sombras vagueavam.


Eurídice, o seu morto e triste amor,
Ouvindo-o, tomou forma e viva cor,
Intima luz à face lhe subiu…


Mas Orfeu, pobre amante enlouquecido,
Quis ver aquele corpo estremecido…
E, outra vez sombra, Euríclice fugiu…


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PASCOAIS, Teixeira de, pseud.
As sombras ; Senhora da noite ; Marânus / Teixeira de Pascoais. – Lisboa : Círculo de Leitores, 1973. – 348, [3] p. ; 18 cm

Disponível em:


https://purl.pt/42557


Fernanda Alves Afonso Grieben

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Sou pintora, originária do Norte de Portugal, mas resido atualmente na Alemanha. Também gosto de escrever textos literários, sobretudo para a infância. Faço-o, principalmente, para mim própria. No entanto, alegro-me sempre que encontro uma possibilidade de partilhar a minha escrita com as demais crianças, de todas as idades. Sou Mestre em Teologia (UCP); Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – variante de Estudos Portugueses e Doutorada em Estudos Portugueses, na especialidade de Literatura Portuguesa (UAb).

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